Friday, March 27, 2009

Amores Amores

A um tempo atrás escrevi sobre a semelhança entre o chocolate e o amor. Relendo esse texto vi que, mesmo sem notar na época, a profundidade com que ele expressa a mais pura verdade incomoda um pouco, principalmente porque cabe a nós escolhermos qual será o tipo de chocolate que queremos comer.
Cabe a nós sabermos se estamos ou nao prontos pra terminar com o ultimo pedacinho da barra e será sempre NOSSO paladar que saberá distinguir se ele era ao leite, meio amargo, branco ou mesclado...
A pouco menos de dois meses eu estava triste por ter entrado numa situaçao tão infeliz quanto a morte de um ente querido, era mais ou menos isso mesmo. Era um amor que morria dentro de mim e não por EU não ter cuidado dele, mas simplesmente porque ele havia sofrido de algo parecido com um cancer, algo parecido com a AIDS, que nós sabemos qu existe, que fazemos de tudo pra curar, mas nenhum dos dois nos deixa de fato.
Meu amor morreu de morte matada, de desencanto e cansaço, de decepção... E levou muito tempo pra pessoa amada descobrir isso, até porque ela nao queria ver o que estava na frente dela, ela preferiu impor a mim a responsabilidade de tudo como se a responsável realmente fosse eu, como se aquela morte fosse um crime que eu cometera e no final da história ela só deu valor quando perdeu, como acontece sempre e todo dia com todo mundo, a gente só da valor às coisas que tem quando perde.
Outro dia me perguntou se queria voltar, se tinha saudades, se tinha amor ainda. A resposta foi sincera: "Tenho saudades, muitas saudades, mas não quero voltar e não vou voltar, porque meu amor está em coma, agora já é tarde demais..."
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Só esqueci de uma coisa naquela época, de dizer que quando um chocolate acaba a gente sempre pode começar a comer outro... Fica a dica!

Sunday, March 1, 2009

Quando ouvir dói

R-Alô!
AC-Oi...
R-Oi td bem?
AC-Olha não quero que saibam que sou eu....
R-Tudo bem. Como vc está?
AC-Ah, sei lá... To com saudades desse lugar, da sala, das pessoas... Um pouco de tudo...
R-Só disso?

(pausa dramática em que você não sabe se fala a verdade ou se menti por orgulho)

AC-Não... To com saudades de você também seu besta! (optei pela verdade, burra eu sei)
R-Que bom, também estou com saudades de você.
AC-Olha, mas to ligando pra saber da sua conversa.
R-Nossa conversa!
AC-Que seja, "nossa conversa". O que você quer fazer?
R-Primeiro quero saber se você quer conversar?
AC-Eu to te ligando não estou? O que que você acha?
R-Não sei, que sim talvez.
AC-Pois é... Quando você pode?
R-Quando VOCÊ pode?
AC-Olha, a gente sabe muito bem que quem tem problemas quanto a isso não sou eu...
R-O dia que você quiser, estarei aki.

(Caí, igual idiota, e custei pra ver. Aliás só vi, ou melhor percebi, depois que desliguei)

AC-Pra mim tanto faz! Eu que to desempregada mesmo!
R-Segunda de manhã eu devo estar mais livre. Dá pra vc?
AC-Acho que sim...
R-Então segunda de manhã...
AC-Melhor não...
R-Por quê?
AC-Segunda de manhã eu tenho aula... Não dá...
R-Então quando?
AC-Não sei, a conversa é nossa mas a fala é sua. Escolhe você...
R-Segunda a tarde?
AC-Vc tá com a segunda toda livre é?
R-Te disse que seria quando você quisesse...
AC-Ah tá... Sei... Tá bom então... Segunda a tarde.
R-Então combinado.
AC-Blz. Tenho que desligar, to meio ocupada agora...
R-Ok. Beijos...
AC-Tchau...

5 minutos dps:

AC via celular: "segunda a tarde não vou poder, tenho compromisso marcado ja. Não tinha lembrado, desculpa! Me liga se vc quiser marcar outra data. E também não sei se não quero conversar aí... Esse lugar tem muito de tudo nas suas coisas..."



-->posso ter errado em ligar, mas nada doeu mais do que ouvir ele dizendo "Alô"...<--