Friday, November 27, 2009

Engraçado como o coração das pessoas inventa certas coisas e como nosso lado mais racional trabalha contra isso de uma forma as vezes (...) "desnecessária", por assim dizer.
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Sempre venho aqui pra falar de amor, na maioria das vezes pra desabafar, pra contar como o MEU coração anda e quais as novidades que balançam e cantam minha vida. Eu sou assim, eu sou sentimento, sou carinho, amor à primeira vista, paixão no primeiro beijo. Mas essa sou EU e hoje não vim falar de mim, por incrível que pareça, vim falar de uma grande amiga que não se parece em nada comigo nesse aspecto “meloso” de ser, ela é o meu oposto, e bota oposto nisso!
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Não quero ser injusta com os sentimentos de ninguém, muito menos de minha amiga, mas sempre que conversamos sobre amar e amor, estar apaixonada e querer viver intensa e loucamente tudo que poderia ser vivido com um carinha que começo a 3 ou 4 horas ela me chama de doida e me diz que “isso não existe Aninha...”, ao contrário de mim, ela não vive o que sente, aliás ela calcula até O QUE sentir. Não me perguntem porque eu também não sei como ela faz isso, não sei e não entendo mas admiro, antes de mais nada, admiro e sei que não deve ser uma tarefa fácil. Ter esse lado razão tão aguçado e tão controlador me lembra um put* mecanismo de defesa, uma forma que ela encontrou de “não sentir” ou “sentir diferente”.
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Muitas das vezes me pergunto se ela é assim por já ter sofrido demais com a vida, por ter calos amorosos fortes e doloridos, mas como uma pessoa como ela pode ter sofrido de amor
Os anos passam e a gente aprende qual a essência de nossos amigos, eu aprendi que a essência dela é racional, talvez por medo ou exemplo, talvez por crescer de uma maneira que ela não escolheu e ver em outras pessoas a dor de amar abertamente. Mas como dito: um put* mecanismo de defesa que pra mim parece medo! Essa força cerebral seria a prova concreta de um medo absurdamente disfarçado e absurdo!
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Que me perdoem os racionais, mas amar é algo tão bom, tão incentivador que a dor de sofrer de amor seria só mais um motivo pra se amar de novo, uma forma que nós, emocionais, temos como estímulo por conhecer a delicadeza do amar, a sutileza de suar frio quando estamos perto dele, a emoção da batida mais forte quando o celular apita e você pensa: “Podia ser ele agora!”. Vendo, ouvindo, convivendo com essa minha amiga vejo como ela é diferente, como ela se limita e, simplesmente, não viver tais emoções, seria um coração frio? Talvez, mas vejo mais como uma razão quente, que não se deixa levar nem pelo maior dos acontecimentos, nem pelo gostinho de chegar em casa e querer ver/estar com uma pessoa, de sentir-se feliz simplesmente por saber que no final do dia o desejo vira realidade e o pré-encontro é dedicado inteiro a alguém que, sutilmente, surgiu na vida dela sem motivo aparente nenhum, sem razão nenhuma.
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Minha amiga vê o amor ou, como ela enfatiza “não é amor é gostar” (que seja), vê o gostar, sente esse gostar e nem assim se solta, vive, larga, esquece. Na razão dela o companheirismo, as igualdades e diferenças, as piadas, as noites juntos, papos longos e duradouros, os silêncios confortáveis, bem como as risadas e apegos, não passam de nada que não um “eu vivo o que tenho pra viver, mas não amo, não é ele que amo. E também não daria em nada amiga, não seria mais do que um tempo longe da minha realidade, longe do meu destino”. Na minha opinião:M-E-D-O!!! Racional e passivo! Racional por impedir as oportunidades que tem de se divertir, de descobrir, de sorrir e até de sofrer se for o caso; Passivo por desacreditar que o destino não é aquilo que a gente enxerga claramente à nossa frente, nas palavras de Toquinho: “o futuro é uma astronave que tentamos pilotar, não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar. Sem pedir licença, muda a nossa vida e depois convida a rir ou chorar.”, só que para racionais isso seria emocional demais para ser verdade.