Monday, November 12, 2007

Eu e Ele

Acho que já comentei que moro com meu namorado, ou marido, ou cônjuge, sei lá! Chamem do que quiserem. Pois é, moro com ele. Essa decisão foi um grande passo na minha vida e também uma grande reviravolta. E não é só porque agora eu tenho que fazer compras de supermercado mais de uma vez por semana, ou pagar contas que eu nem sequer sabia que existiam, ou mesmo porque tenho que fazer faxina e lavar as coisas da cozinha, essa é, relativamente, a parte fácil. Difícil é conviver.Se antes eu achava que minha mãe estava sempre errada em pegar no meu pé, me fazer acordar cedo e reclamar que eu chegava de tarde das festas que costumo ir a noite, hoje eu acho que eu estou errada em querer continuar como antes. Mamãe só queria me mostrar que as responsabilidades que ela via eram diferentes das minhas porque era ELA quem cuidava das coisas que hoje EU cuido. Não vou dizer que é ruim, até porque não é. Foi uma das melhores coisas que eu já fiz, senão for a melhor. É muito bom acordar todos os dias com alguém que você escolheu estar, com alguém que olha pra você de manhã e te enche de beijos, te dá bom dia não porque é comum, mas porque quer realmente que seu dia seja bom. É muito bom ter pra quem fazer o café da manhã ou pra quem cozinhar a noite, ter com quem conversar tudo e qualquer coisa sem nenhum pudor, saber que os conselhos serão sempre pro "nosso bem" e que até o silêncio não incomoda.São tantas coisas boas que dá até pra achar que é fácil. Mas a tolerância e a paciência são os grandes segredos para que tudo dê certo.No começo você acha que é história de vó, mas não é, posso dizer por experiência própria que até são as pequenas coisas que fazem tudo dar certo ou não. No geral, sou bagunceira, admito, não adianta falar que é uma bagunça onde eu encontro tudo que, por mais que EU acredite que seja, incomoda quem está em volta, pois é essa bagunça que mais o irrita, ele é das pessoas mais organizadas que eu conhece, pior que minha mãe e meu irmão do meio juntos e, acreditem, isso é raro! Mas de fato a organização excessiva dele também me pira as vezes, foi um tratamento intensivo no começo para que eu começasse a "guardar minhas coisas que estavam espalhadas" e para que ele começasse a deixar um copo no quarto e outro no banheiro. Ele tem mania de organização e eu de desorganização. Isso foi e ainda é uma das maiores pedras no nosso caminho.Na cozinha: sou eu quem costuma lavar as louças tenho mania de colocar água em tudo que vai pra pia, ele não, isso me irritava profundamente, irritava porque ele já aprendeu, mas foram noites e dias de árduo ensinamento metódico. No final acho que ganhei essa porque deixei ele lavar umas panelas que ele não tinha colocado a bendita água e foi assim que ele percebeu que as coisas "grudam" quando estão secas, o melhor aprendizado, a prática.A cama: bom caso sério. Nunca tive o hábito que fazer a cama de manhã, pelo contrário, na casa da mamãe a gente deixava tudo bagunçado pra empregada arrumar, foi assim a vida toda e quando não tinha empregada ou minha mãe mesmo arrumava ou eu largava do jeito que estava (com a porta fechada claro ou era guerra na certa), mas nunca foi uma coisa que eu fazia questão, talvez tenha um pouco a ver com a possibilidade de tudo entrar na desordem, mas nunca fiz a cama. Ao contrário do que vocês podem estar pensando ele também nunca fez a cama, a mãe dele quem fazia também, só que ela realmente fazia todos os dias e ela achou que eu seria assim. Foi complicado, pra não falar fritante, porque além de NÃO ser minha sogra eu não queria fazer a cama nem amarrada, acabamos por estipular que segundas, quartas e sextas ele arruma, terças, quintas e sábado eu arrumo, os domingo a gente reveza. Foi o melhor que conseguimos.O banheiro: nada de mais ocorreu lá. A gente aperta a pasta do mesmo jeito, dispõe as coisas de maneira semelhante e, inacreditavelmente, eu não faço bagunça nenhuma no banheiro, engraçado isso não?!Os armários: roupas, sapatos e mais roupas, quando juntamos tudo deu até medo. Eu adooooro comprar, adoooooro me sentir bonita, com uma maquiagem bacana, ter coisas novas pra vestir, estar na moda, fazer moda, ser moda, tudo! Ele acha que temos que ter o que é necessário e que não precisamos de muito pra estar bem vestidos e com estilo. De certa forma ele tem razão, concordo com ele, mas vamos e venhamos, eu sou a mulher da relação!!! Não é que fique no shopping 5 horas por dia comprando tudo que vejo pela frente, até porque não tenho cash pra tanto, mas uma blusinha de vez em quando, um cinto, um acessório, brincos, colares, brincos, maquiagens e mais brincos (são meu vício) só pra mudar a rotina caem super bem. E o armário acabou por ficar meio pequeno. Resultado? Metade das minhas roupas mais antigas foram doadas para minhas primas que, diga-se de passagem, quase se mataram na hora de escolher o que era de quem. Mas tudo bem, tudo que vai tem que voltar de uma outra forma...
Existem várias outras divergências e batidas de frentes entre a gente, mas no final, por mais que eu seja diferente dele em vários aspectos, a gente sabia que, de maneira ou de outra, seria mais ou menos assim mesmo. O melhor é adaptar, ter muuuuita paciência, muita tolerância e, principalmente, colocar seu amor na frente de tudo, porque são nesses momentos que você descobre o quanto vale a pena estar com quem te faz feliz, o quanto vale a pena ceder por este alguém, o quanto seu sentimento é maior que qualquer mania que você tinha e descobre que o preço para crescer num relacionamento é bem menor do que aquele que você estava disposto a pagar.O amor não dá sinais vermelhos pra ninguém, as pessoas só tem que aprender que menos pode sempre ser mais!

2 comments:

gpoulain said...

é... eu li seu texto inteirinho, nem conseguia parar de ler!

é interessante como muitas vezes é complicado isso da convivência... eu morei 3 anos sozinho, tomava conta de tudo, fazia faxina, etc, e realmente isso era o mais fácil... depois que voltei a morar com meus pais veio o mais difícil: me adaptar novamente a morar com alguém. Por mais que agora eu tenho comida pronta, cama arrumada e outras coisas, é muito complicado.

mas eu penso que a palavra chave nisso tudo é: adaptação. aprendendo a adaptar se consegue viver bem.

Lídia Guimarães! said...

Caramba... quando li a parte do "armário" eu penseu: MEU PAI E MINHA MÃE!!!!
São iguaizinhos...
Aí me lembrei de uma coisa que casou direitinho com a parte dos armários...

Minha família vai mudar de bairro agora em dezembro...
E nessa semana, nós fomos numa loja pra comprar tintas pra pintar o apartamento...

Minha mãe numa indecisão daqueeeelas entretida com o vendedor, e o meu pai num canto de braço cruzado com cara emburrada.

De repente:

-E aí 'mô'... escolheu?
-Ai, aind anão...tô na dúvida entre amarelo canário e esse amarelinha mais forte...
-Ah leva qualquer um...é tudo igual.
- Pô amor,vc não ajuda não dá opinião...poxa, é a nossa casa.
- Pois pra mim não prcisava nada desses coloridinhos...pegava tinta branca e pintava todas as paredes.

ahahahahaha
Pode?

Viva a as diferenças né...rs
Beijo!

Muito bom o texto!!
;)