Wednesday, December 9, 2009

muito "Eu" pra não ser postado por mim

Se eu tivesse Twitter isto sairia como um "RT", como não brinco com essas coisas, deixarei como uma transcrição:

you’ve got the love I need to see me through

  By gpoulain - http://onewaymonologue.wordpress.com/

Eu não acredito em almas gêmeas. Aprendi desde cedo a probabilidade múltipla de diferentes combinações maravilhosas num mundo com mais de 6 bilhões de pessoas. Aprendi também, isso foi um pouco mais recente, que muita gente tem não só um, mas alguns pares perfeitos ao longo da vida. O surgimento de um novo não necessariamente rotula o antigo como uma escolha “errada” ou “pior”. Os amores talvez sejam mesmo cada vez maiores, a gente talvez realmente ame muito mais do que antes, e isso deve servir muito mais como estímulo para tentar novamente (quando acaba) do que pra diminuir as nossas experiências (as mais preciosas).
Embora não fosse isso o que eu queria falar. Queria discutir um pouco então a importância do acaso no matchmaking da vida. O que importa mesmo é a rua que você cruza, os lugares que você visitou, o tempo que você esteve circulando no mundo e as pessoas que você trombou no meio do caminho. Não adianta de nada se o amor da minha vida entrou num avião que eu nunca peguei. Sendo assim, se eu não o conheci, ele nunca será efetivamente o amor da minha vida.
Talvez o que importa mesmo é a nossa capacidade de ser uma pessoa apaixonante e apaixonável ao mesmo tempo. Quem tem encantos, e vê encantos, tem uma probabilidade muito maior de se apaixonar. Me lembro um pouco daquela velha história de cuidar do jardim para atrair as borboletas. É uma analogia meio infantil para ensinar o que pra muita gente funciona como chave para achar alguém (ou ser achado, como muitos gostam de ver as coisas).
Mas nada disso explica a química, as afinidades acidentais. Não cabe a mim ficar entrando nesses méritos - e convenhamos - o mistério é muito mais gostoso. Vejo intercessões nas coisas que fazem as pessoas felizes. Todo mundo gosta de sorrisos, de bom humor, de histórias inteligentes. Todo mundo gosta de encontrar qualidades universais no outro (e as possibilidades são infinitas). Que seja apreciar o mundo. Lançar novos olhares. Não perder a capacidade, nunca, nunca, de se supreender. Ser interessado, ser aberto, querer descobrir.
Já disse aqui mesmo em outra oportunidade que talvez se apaixonar seja ainda mais essencial do que ser apaixonável. Mas talvez seja mais difícil também.
O interesse faz a outra via. O resto, espero, vem na maior facilidade.


Esse texto é muito "Eu" pra não ser postado por mim!

1 comment:

Anonymous said...

hahaha. estou me sentindo chique agora. que bom que se identificou. é muito eu também.